Quem me vê, assim, livre, não imagina a treta que foi me libertar: minha relação com um narcisista perverso – Por Vidas e Trabalhos com + Propósito

Quem me vê, assim, livre, não imagina a treta que foi me libertar: minha relação com um narcisista perverso

Ele efetuou o Grooming logo de cara. Triangulação.

Disse que havia percebido que a outra era “muito carente” e que havia me escolhido. Não com essas palavras, se não soaria muito mal pra mim, mas foi o que ele fez. Mesmo porque, a outra estava muito mais longe e impedida do que eu de lhe fornecer suprimentos.

Ele criou este cenário buscando acionar em mim o medo de perdê-lo e a sensação de incapacidade e de inferioridade… na mosca!

Exigi que ele não falasse com mais ninguém se quisesse me encontrar. Ele mentiu que o faria e esse “trato” me forçou a ceder mais do que eu deveria pra ele… Ele fazia as coisas de um jeito que só ele ganhava, sempre, mas que parecia que eu me respeitava. Não me respeitava nada.

Lembro-me da primeira despedida. No último dia, eu já chorava ao ver o lago sentada ao lado dele tomando uma cerveja no fim de tarde e, depois, no último  jantar. Ele estava frio, quase sem me olhar nos olhos e se conectar comigo profundamente, pra me acalmar. Estranhamente esquivo pra quem deveria estar afetuoso… isso denotava uma natureza fria, mas foi apenas uma das muitas bandeiras vermelhas que eu ignorei logo no início da relação.

Eu acelerei tudo. Tive pressa de compromisso. Eu disse “eu te amo” no primeiro encontro que foram 4 dias intensos de relação. Eu o deixei viciado em mim e ele me deixou nele. Não era amor, era desespero por vinculação da minha parte e prazer sem limites da dele… Ele soube como gerar isso em mim retendo desde o início.

Eu insistia, ele resistia, mas cedia – ou eu pensava que cedia.

Eu sedenta por comprometimento, ele por suprimento. 

Sei que o idealizei e também o desvalorizei após me decepcionar com a queda da fantasia diante do homem que aparecia à minha frente. Não que ele também não tivesse mentido sobre quem era, mas eu também mostrei só meu lado bom.

Ele se revelou um procrastinador, cheio de compulsões e obcecado por controlar os outros ao seu redor, e por sua imagem ilibada de bom pai, bom filho e ex marido exemplar “traído” e algoz da ex.

E eu me revelei a heroína que nunca daria conta de tudo se não tivesse a validação do parceiro. Não dei conta e ele me culpou. Ele não fez nada do que disse que faria e eu o culpei.

Ele mentiu sobre querer uma relação compromissada, mas eu também entrei em negação. Neguei a realidade daquele que só cedia às minhas necessidades sob muita pressão e que, no final, não assumia a mim, a relação e muito menos um compromisso de crescimento conjunto.

“Amei demais” quem, apenas, me sugou demais e depois me descartou como se eu fosse nada quando já tinha encontrado outra “heroína” pra lhe servir mais.

Uma paciente

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